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Quem tem rinite está no grupo de risco do coronavírus?

Quem tem rinite está no grupo de risco do coronavírus?

A pandemia do coronavírus tem trazido muitas dúvidas, principalmente para aqueles pacientes que têm problemas respiratórios e inflamações constantes das vias respiratórias. É o caso de pacientes com rinite, por exemplo. Eles não estão no grupo de risco da Covid-19, no entanto, ficam mais suscetíveis a infecções virais, podendo se normalizar com o tratamento adequado.

Segundo a alergista e imunologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dra. Cristine Rosário, o principal cuidado para quem tem rinite nesses períodos de grande circulação de vírus respiratórios é o isolamento.

A rinite é uma inflamação alérgica na mucosa do nariz. Há vários tipos de rinite, sendo a alérgica a mais conhecida e as virais muito comuns nos períodos mais frios do ano”, lembra a médica.

Ainda de acordo com a Dra. Cristine, quem tiver sintomas respiratórios (coriza, espirros, tosse, febre) deve ficar em casa, a não ser que apresente algum sinal de gravidade, como falta de ar ou dificuldade para respirar.

“Outra orientação importante é que toda vez que for espirrar ou tossir, cobrir a boca para não espalhar gotículas (evitar usar a mão). O uso de máscaras não previne a infecção. Lembrando que o uso da máscara N95 é exclusivo para profissionais de saúde”, lembra a especialista.

É rinite ou coronavírus?

Uma dúvida comum que tem surgido nas últimas semanas é sobre a diferença entre a rinite e o coronavírus. A rinite alérgica é um quadro crônico que, geralmente, começa na infância. O paciente tem coceira no nariz, espirros, nariz trancado, podendo ter também coceira nos olhos e tosse seca. A febre não é um sintoma de rinite, e ela não é transmissível.

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Saiba a diferença dos sintomas entre a rinite e o coronavírus

Já a infecção por coronavírus é um quadro agudo, que se manifesta por febre, tosse seca, coriza, mal-estar e passa de pessoa para pessoa. Quem tiver esse quadro deve ficar em casa e evitar contato com outras pessoas. Se houver sintomas graves, deve procurar atendimento médico.

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Lavagem nasal previne o coronavírus?

A lavagem nasal é fundamental para fazer a higienização correta da mucosa, principalmente para pacientes com rinite, gripes ou resfriados. No entanto, ela não previne a infecção pelo coronavírus. “A lavagem deve ser realizada sempre que houver secreção nasal para evitar o acúmulo”, orienta Cristine.

A lavagem nasal pode ser realizada com sprays, seringas, conta-gotas, de preferência com soro fisiológico, que pode ser utilizado em temperatura ambiente. Deve-se evitar o compartilhamento de dispositivos para não haver contaminação, portanto, o uso é individual e cada um deve ter o seu.

Como cuidar da rinite

Apesar de não estarem no grupo de risco, pacientes com rinite devem ter cuidado redobrado com a saúde neste período de grande circulação de vírus respiratórios. Uma das orientações é fazer a lavagem nasal, conforme explicado anteriormente, e também manter os cuidados com o ambiente e com a higiene pessoal.

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Ao espirrar, tenha sempre um lenço descartável em mãos.

“Em relação aos cuidados com o ambiente, mantenha-os sempre arejados, lave as roupas de cama e banho semanalmente e, se possível, utilize capas impermeáveis nos colchões e travesseiros. Evite carpetes e lave as cortinas com frequência. Também é importante limpar as superfícies, pois o vírus pode sobreviver por dias. Já em relação à higiene pessoal, é importante lembrar que lavar as mãos com água e sabão é um método eficaz para prevenir não só o coronavírus, mas também outras doenças respiratórias. Esse deve ser um hábito diário e não apenas em época de pandemia ou em crises de rinite, por exemplo. Outra dica importante é que toda vez que for espirrar ou tossir, dobre seu braço e tussa nele, entre a região do ombro e cotovelo. Para espirrar, sempre que possível tenha um lenço descartável em mãos”, completa Cristine.

Baixa imunidade facilita um quadro viral?

Segundo a Dra. Cristine, pacientes que têm baixa imunidade (pacientes em quimioterapia, HIV, uso crônico de corticoide oral ou imunossupressores, doenças autoimunes, diagnóstico de imunodeficiência primária) têm maiores chances de ter infecções, que podem ser mais graves nesses pacientes. Além disso, também têm maiores chances de ter complicações dessas infecções.

Diretor Técnico: Dr. Ian Selonke – CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia