Perda auditiva em crianças: veja alguns sinais

Crianças e adolescentes estão voltando às escolas, aos poucos, depois de quase um ano assistindo a aulas online devido à pandemia do coronavírus. E mesmo com o retorno gradual, o cenário é totalmente diferente: sem contato físico, reforço nas medidas de higiene, diversas adaptações e atenção redobrada de pais e professores no processo de aprendizagem do aluno.

Mas outro ponto que deverá ser observado é sobre o nível de atenção dos alunos neste ano. O otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dr. Neilor Fanckin Bueno Mendes, lembra que principalmente as crianças podem dar sinais de que o aprendizado não está fluindo como deveria, e isso pode ter relação com a audição.

*Baixo rendimento escolar pode ser indicador de perda auditiva.*

“Baixo rendimento escolar e problemas no desenvolvimento da fala podem ser alguns dos principais indicadores de perda auditiva nas crianças. Principalmente neste último ano que muitas crianças ficaram apenas no sistema online de ensino, muitas vezes não conseguindo captar exatamente o conteúdo, sem um acompanhamento mais de perto. O atraso ou a falta de diálogo podem ser sinais importantes de perda auditiva e deve colocar os pais em alerta”, comentou o especialista.

Ele também ressaltou que crianças que não ouvem bem terão, consequentemente, um atraso para falar e, quando falarem, possivelmente haverá alguma troca de letras ou fonemas.

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“Outra característica que percebemos em crianças um pouco maiores é o baixo rendimento escolar, desatenção e, por vezes, menor interação com os colegas”, explicou o especialista.

Causas da perda auditiva

Estatisticamente, a principal causa da perda auditiva durante o desenvolvimento do bebê e da criança é genética, mas em um país como o nosso, onde a saúde da gestante e do recém-nascido ainda deixam a desejar, as causas infecciosas têm um papel importante nisso.

Além de um atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, a perda auditiva pode ocasionar prejuízo escolar considerável, uma vez que não ouvindo, a criança não aprende os conteúdos apresentados.

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“Por vezes, pais e professores podem achar que a criança é desatenta ou até mesmo não tem interesse em aprender. Por isso é importante que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento dos filhos e, se necessário, façam uma avaliação com um médico otorrinolaringologista para a realização de exames diagnósticos”, lembrou Neilor.

Teste auditivo nos recém-nascidos

O teste da orelhinha – ou teste de triagem – é obrigatório e gratuito, e realizado ainda na maternidade.

Por meio dele, é possível avaliar a audição e detectar precocemente algum grau de surdez no bebê. No entanto, ele é apenas uma triagem, e não mostra o nível de perda auditiva na criança.

“Caso o teste detecte algum problema, o bebê é encaminhado para um otorrino, que analisa o melhor tratamento para o problema”, comentou o especialista.

*O teste da orelhinha é obrigatório e gratuito.*

Se for identificada alguma perda auditiva no recém-nascido, o tratamento deve ser multidisciplinar. “O tratamento envolve médico, fonoaudiólogo e por vezes pedagogas. Dependendo da causa e do nível da perda, vamos desde a estimulação com fono, passando por aparelhos auditivos e, quando necessário, implante coclear”, explica Neilor.

Aparelho auditivo em crianças

Não existe uma idade mínima para o uso de aparelho auditivo em crianças. Habitualmente é feito após os seis meses, mas segundo o especialista, é importante fazê-lo de forma cautelosa, juntamente com uma avaliação fonoterapêutica especializada para que a indicação seja a mais correta possível.