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É normal a criança ser rouca?

É normal a criança ser rouca?

Você já teve contato com alguma criança que tem a voz rouca e se perguntou se isso é normal? 

A rouquidão pode ser um dos sinais de disfonia, termo usado para descrever as alterações na qualidade vocal e/ou na tentativa de emitir a voz ao falar, representando alguma limitação à vida do paciente. 

Segundo a fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba, Carla Maffei, a disfonia é uma característica comportamental vocal e a rouquidão pode ser um dos sinais disso, fazendo com que os pais fiquem alertas.

Não é normal a criança ser rouca. A voz normal é uma voz limpa, estável e sem quebra de sonoridade. Importante destacar que toda dificuldade ou alteração na produção de voz é um problema. Acordar de manhã e encerrar o dia sem rouquidão, isso, sim, é normal”, ressaltou a especialista.

Sintomas mais comuns de disfonia

Por vezes a criança pode não conseguir dizer que está com dificuldade na fala. Por isso, além da rouquidão, alguns sinais podem identificar quadros de alteração vocal, como falta de fôlego ao falar, cansaço, voz fina ou grossa demais, tentativa de falar uma palavra e essa palavra ficar sem som em parte dela, entre outros.

Carla ressaltou que a voz é comportamento, e que a rouquidão, por vezes, tem como pano de fundo situações comportamentais que podem levar a criança a se desestabilizar.

Crianças que gritam mais podem ter problemas com disfonia.

“Os sinais que as crianças com disfonia mais manifestam têm a ver com a questão comportamental. Crianças mais agitadas, que participam de festas ou atividades na escola e chegam em casa sem voz. Crianças que gostam de brincadeiras mais interativas, ou até mesmo aquelas mais competitivas, que gritam mais. Crianças que muitas vezes têm pouca atenção dos pais e tentam ganhar essa atenção no grito. Também existem os sinais físicos, como, por exemplo, quando as veias jugulares ficam mais salientes quando elas falam. Além disso, a disfonia pode estar relacionada com lesões estruturais, como um cisto ou um nódulo”, citou a fonoaudióloga.

Consequências da disfonia

A disfonia não causa apenas alteração na voz, mas pode interferir na eficiência comunicativa, no desenvolvimento educacional e na qualidade de vida da criança.

Para Carla, a orientação precisa começar pelos pais, avaliando a dinâmica familiar também.

“Tem pais que falam muito alto, que vêm de uma formação familiar com essas características. Então, orientá-los a utilizar um tom de voz normal, explicando que dessa forma também é possível ser compreendido e não causar problemas vocais. O elevar da voz traz várias dificuldades de interpretação do outro, podendo dificultar o processo de sociabilização da criança”, ressaltou a especialista.

Quando procurar ajuda?

É muito comum as crianças chegarem ao consultório com problema de fala ou até mesmo de linguagem, e durante a avaliação da fala e linguagem o fonoaudiólogo observar a rouquidão.

Segundo a especialista, é sempre importante levar a criança ao fono, pois ele poderá passar orientações de dinâmica vocal familiar, ajudando a criança a reduzir o impacto das brincadeiras (uso do grito), do uso indiscriminado da voz, da imitação recorrente de sons, entre outros.

“A rouquidão é um padrão vocal que os pais acabam não prestando muita atenção justamente por isso. Porque o ser rouco não é considerado no ambiente social uma situação de cuidado de voz. É uma voz. Mas é um fator que os pais devem ficar bem atentos porque por trás dessa rouquidão pode ter um sinal de lesão e que exige um cuidado maior por parte do fono e do otorrinolaringologista”, explicou Carla.

Exames para diagnosticar a disfonia

O trabalho conjunto da fonoaudiologia com a otorrinolaringologia é fundamental nessa questão. De acordo com a doutora, indica-se a avaliação completa do otorrino – ouvido, garganta e nariz – para saber se as estruturas da face estão liberadas, e se não há quadros de rinite e sinusite que podem impedir a projeção da voz, causando um esforço maior durante a fonação.

“Outra avaliação importante é observar se a criança não tem uma otite, rolha de cera ou qualquer alteração que a nível auditivo possa levar essa criança a elevar o volume da voz. Em relação à garganta, verificar se não existe lesão na laringe”, explicou.

Se houver suspeita, solicitam-se exames de audiometria, imitanciometria (exame usado no diagnóstico de problemas da audição), rinoscopia (exame para avaliar a cavidade nasal), entre outros.

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